segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

DESIRE.



Faculdade.

Penso que partindo da perspectiva da busca do conhecimento, do estudo teórico e quando possível, da aplicação na prática, de elaboração de mais idéias e pensamentos, das descobertas, de testes e resultados e do mistério que envolve a eterna chama curiosa que brota de dentro do nosso interior sobre o que cria e desenvolve as coisas, posso afirmar com convicção baseada na pequena experiência que tenho nesse mundo, de que a Faculdade é uma oficina fabricante de analfabetos profissionais.

Pessoas brilhantes perdendo seu entusiasmo com autoritarismo institucional é foda.
Sou uma experiência nesse processo de desânimo. O que eu produzi na faculdade de Artes? Nada. Ou pelo menos nada que eu tenha orgulho.
Minha facilidade na área artística me ajudou a passar e fazer trabalhos legais, mas raramente a desenvolver meu conhecimento e aprimorar minhas técnicas.
Foi quando saí e tive que ligar meu botão interno da verdadeira a faculdade de desejar que comecei essa busca do conhecimento de verdade. No final sua satisfação depende disso, você é seu professor. O diploma não é uma folha que mostra presença e nota. É seu entusiasmo da sua própria faculdade pessoal. No final, diplomado ou não, temos todos que ser autodidata.

releia muito isso


A sabedoria não se transmite, é preciso que nós a descubramos fazendo uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas.
Marcel Proust

Minha super-heroína



Lembro de passar pela minha mãe olhando vitrines e perguntar por que as pessoas não chutavam e quebravam aquilo. Ela disse que existiam regras implícitas de comportamento social, e que era assim que as pessoas conviviam. Lembro que na hora me senti confinada diante da ideia de que nascemos em um mundo onde tudo ja foi mapeado pelos outros antes. Lutei para reprimir impulsos destrutivos e, em vez disso, trabalhei impulsos criativos. Ainda sim, a pequena inimiga das regras dentro de mim não morreu.
- Patti Smith, Só Garotos.


Xanxando


Jazz, bluegrass, forró, country, folk, mpb, western, reggae , rock, celta, polca, industrial, eletrônica, blues, hip hop, groove, pop, etc. Com todos esses gêneros musicais nesse planeta, ainda sim a unica coisa q toca essa porra de cidade é pagode e sertanejo xanxado...

Você - frente, trás, em cima do muro.

O que é ser uma "pessoa para frente"? 
Você é independente, tem opiniões e abertura intelectual para aceitar outras opiniões e ter diferentes percepções, não é um robô encaixado no mundo...
E me falam - "ah, ele/ela é muito pra frente..."
A questão é:
Ou será que é muita gente que faz questão de conservar valores e manter uma moral, que não condizem com nada de original no sentido de reconhecer e entender quem somos, como seres únicos e e entender quem realmente somos sob nenhuma influência? 
É mais fácil ser o que os outros querem/pedem?
Se pra você é assim, só te digo que você está deixando de conhecer alguém: você mesmo.

Diferenças Iguais

Só pra constar: é muito difícil (para mim pelo menos) falar sobre esse assunto, 
Não porque ele não é real, ou porque ele não é atual... Até porque eu nunca senti nenhum tipo de discriminação aparente. 

Quando você se vê em uma certa classe/ posição, e se vê envolvido naquela concepção pré-estabelecida de como ser ou como agir, às vezes pode ser frustrante.
O que não deveria ser, mas estou envolvida e atuante na sociedade, o que me cabe apenas é não me deixar influenciar.

Sou mulher, sou forte, tenho muita ideologia e atitude, assim como muitos seres humanos que vivem neste mundo. Nunca me distingo por classe, religião, ou sexo em relação ao gênero (feminino ou masculino). Brincadeiras a parte, não sou superior a nada nem ninguém, todos estamos aqui para errar e aprender. Assim como também sei que não tenho menos capacidade que qualquer indivíduo. Por isso para mim não cai ao entendimento quando vejo ou leio chamadas sexistas, machistas ou radicais feministas. E é tanta baboseira e diferenciação, quando tudo que vejo são pessoas que sentem da mesma forma, e vive no mesmo espaço, e que dividem a mesmas alegrias, dores, medos e sonhos nesse mundo... Não defendo classes, defendo seres humanos. O que falta é a sociedade entender que precisa parar de aceitar dogmas,normas, de como homens ou mulheres são/devem ser. É isso que forma o preconceito, pois este sim é de natureza problemática. Somos muito mais que essas baboseiras, somos seres que precisam de um entendimento social semelhante, sem preconceitos, evoluir e pensar por conta própria.

Inseto.



Há pouco tempo no banheiro percebi que ao entrar, sem querer, pisei em cima de um inseto.
Mas pra minha aflição era um dos poucos insetos que aprecio, o vagalume.
Vi que ele se contorcia, e instintivamente pensei em tomar a atitude de acabar com a agonia e o sofrimento do desafortunado, então e peguei o chinelo e... Esperei.
Minha ansiedade é forte, normalmente eu já teria concluído isso tudo com certo peso na consciência, mas dessa vez foi diferente, até desaprovaria esse tipo de comportamento, que, de certa forma pode-se julgar ser uma reação fria e perversa, mas esperei.
Dentro de seu desespero o inseto reagia de forma epilética, um tanto quanto sem perspectivas para quem assistia. Até que ele decidiu, assim como eu, parar e esperar. Nesse momento deu para ver que ele tinha perdido 2 das 6 patinhas... Ele estava encaixado no buraquinho do tapete, estático e abalado. Andar em linha reta não era uma opção, o amiguinho teria que escalar o tecido. Então ele-o fez, colocou as patinhas da frente e tentou subir, mas caiu. O engraçado é que ele não se ofegou, tentou até conseguir com muita determinação, e ainda seguiu muito bem os outros buraquinhos do tapete.
Determinação... Apesar das belas percepções e avaliações que idealizei dessa situação, acho que prefiro não concluir com metáforas e provérbios, 
quem leu que pondere.
Obs: Depois do banho, pisei com tudo no tapete que fez um barulho de esmagamento, meu coração acelerou quase como um ataque cardíaco. Quando olhei era uma pontinha de higiênico molhado, ao lado dele o vagalume perscrutando o equilíbrio do seu novo andar.

Ideologia Furada.

De que adianta se adaptar a uma ideologia se nela não inclui desenvolvimento interno e preocupação com o próximo? Se não toca a você nem a ninguém, qual o sentido dos seus ideais?
De que adianta propagar uma imagem de um libertário, um anarquista, se não luta em momentos de confronto ao sentir a diferença, negligenciando a liberdade e a igualdade?
De que adianta expor sua erva, se você age de forma individualista, não respeitando ou honrando seus irmãos?
O homem discute as possibilidades de um planeta justo e ideal num universo de imagens.
Reclama do sistema como forma de camuflar seu descaso e indolência, adaptando idéias legais e batidas, ao invés de ferver o cérebro com pequenas atitudes e soluções que podem fazer da sua existência nesse planeta, mais significante. Enquanto você estiver preso à sua ideologia ultrapassada, você é tão fútil para esse planeta quanto aquele que você desmoraliza.

Aprender.

Uma das coisas que mais me motivaram e ainda me motiva (artisticamente falando) é saber que existe gente que eu possa me espelhar profissionalmente!
Pessoas que além do dom, possuem a determinação e o foco de estudo na busca de ser completo em seus trabalhos, que com muita paciência criam mundos fantásticos, de pura fantasia!
Como minha personalidade é meio excêntrica, agitada e ansiosa, tive que reconhecer a paciência. E dói. No universo da arte, um trabalho só é completo
quando você admite e reconhece seus pontos fracos, e adquirir a paciência é uma das mais importantes virtudes, mas é assim como qualquer outra profissão. Se você quer crescer, precisa reavaliar muita coisa.
E isso é tão gratificante no final! Por isso nunca vou entender a inveja, pessoas que não gostam e não aceitam o outro ser melhor ou ter mais
habilidade em alguns aspectos. Isso é mesquinho, nojento e infeliz. Todos estamos aqui para buscas! Me é reconfortante saber que tem gente melhor que eu, porra!
Gente assim acha que pisar ou desejar mal para o colega vai ajudar a preencher sua frustração interna e incapaz de querer se inovar e mudar
alguma coisa em si. Acham que é mais fácil se manter no comodismo e 
perturbar a batalha dos outros.
E pode soar ingênuo, mas que um dia o ego dessas pessoas caia, e a oportunidade de que aquele espaço vazio que foi acumulado e estendido por anos receba alguma luz, porque se for pra desejar mal, já tem elas pra fazer isso. Eu desejo é que um dia sintam como é satisfatório crescer com seus próprios erros, e não crescer em cima do erro dos outros.
A sensação de tirar a calçola do rego é simplesmente sensacional...